quinta-feira, 10 de março de 2011

Sanctum


Quando uma tempestade tropical força uma equipa de mergulhadores a entrar nas profundezas das grutas, esta equipa de mergulho vê-se confrontada com a fúria da água, com terrenos mortais e com o pânico, enquanto luta para encontrar a rota desconhecida em direcção ao mar.  O instrutor de mergulho Frank Mcguire explorou estas cavernas do Sul do pacífico durante meses. Mas quando a única entrada é fechada pela força da tempestade, a equipa liderada por Frank – incluindo o seu filho de 17 anos, Josh e o financeiro Carl Hurley - é obrigada a alterar radicalmente os seus planos. Com recursos cada vez mais escassos, o grupo tem de navegar pelo labirinto subaquático, confrontando-se com a inevitável questão: vão sobreviver, ou ficarão encurralados para sempre?

Trailer: Veja aqui
Director:
Alister Gierson;
Write: John Garvin; Andrew Wight.
Classificação IMDB: 5.6/10
O 3D está na moda. É um facto. E o Sanctum é mais um dos vários filmes que chegam às nossas sala de cinema em 3D.
Mas se muitos se queixam de que, na maioria dos filmes, o 3D não vale de nada, este não é o caso. Foi uma agradável surpresa poder ver o que o 3D nos consegue dar, quando bem implementado. Como tal, aconselho todos os leitores a irem ver este filme ao cinema, e não esperarem apenas pelo DVD.
Para além do 3D bem conseguido, este Sanctum faz-nos sentir que estamos a mergulhar, tal como os actores. As imagens são fantásticas, e o mundo visto debaixo de água é sempre uma sensação incrível. Quase que nos dá vontade de ir fazer mergulho no dia a seguir, apesar de todos os perigos e imprevistos que podem surgir. E como é claro, o 3D ajuda imenso a esta sensação, porque a sala de cinema parece ser transformada num enorme aquário, e que aqueles actores estão mesmo ali perto de nós.
Efeitos especiais à parte, este filme é sufocante. Sufocante não só por grande parte das cenas ser debaixo de água, mas também porque a agonia que surge, ao longo do filme, em busca da saída, é tremenda. Este tipo de história não é original. Todos nós já vimos pelo menos um filme que acompanhasse uma agonia destas. Mas se o filme for bom, há sempre algo na história que não nos faz esquecer, e nos faz dizer: "gostei deste filme".
Actores como Richard Boxburgh, Ioan Gruffudd, Rhys Wakefield ou Alice Parkinson fazem parte deste filme. Gostei especialmente da interpretação de Richard Boxburgh. O papel de "insensível" fica-lhe bem, embora saibamos que, com o desenrolar da história, este homem mostra-se tudo menos insensível. É apenas um homem consciente e experiente naquilo que faz. E esta prestação traz muito ao filme. É, para mim, um dos grandes pontos a destacar, não só pelo seu trabalho enquanto actor, mas também pela personagem em si, que é bastante interessante.
Já o filho da sua personagem, Rhys Wakefield, não me parece tão bom. Mas vê-se que ele faz um esforço para entrar dentro da personagem. É razoável, não mais do que isso.
Acima de tudo, Sanctum é um bom filme para quem gosta de filmes dramáticos, mas com aventura ao mesmo tempo. E suspense. Uma espera custosa pela saída. E uma curiosidade enorme por saber o que acontece no fim.
Não podemos dizer que o fim deste filme é inesperado. Sinceramente, até achei bastante imprevisível. Mas, apesar disto, ao longo do filme acontecem cenas surpreendentes que compensam na perfeição esta lacuna final. Mas também, que outro final poderia este filme ter? Pareceu-me previsível, mas adequado também. Prefiro assim do que inventem finais imprevisíveis e originais, mas desprovidos de qualquer sentido, e que assim estraguem o filme.
Sufocante e claustrofóbico são as principais palavras que utilizo para descrever este filme.
Pessoalmente, gosto de filmes assim. Por isso, gostei do filme. É um filme bem conseguido, e James Cameron não nos desilude, mais uma vez. Depois de Titanic  e Avatar, este é mais um filme com umas imagens de "encher o olho", e um tanto ou nada dramático.
Aconselho que vão ver este filme ao cinema. Apesar do preço exorbitante de um bilhete para um filme 3D, se se interessarem por este tipo de filme, o ideal é vê-lo nas condições perfeitas do cinema. Acredito que, para quem vir o filme em casa, o efeito do filme sob a pessoa não será o mesmo.

CONCLUSÃO: Sanctum é um drama claustrofóbico, a roçar o asfixiante, mas com a aventura sempre presente. Dá-nos vontade de ir para o mar. Dá-nos vontade de ir conhecer aquelas grutas. Esquecemos o perigo, e queremos ir experimentar. Embora não seja um filme fantástico, é um bom filme para se ver no cinema. Não é o melhor de Cameron, mas é mais uma película bem conseguida, acima de tudo. Quem for ver este filme ao cinema, só tem a ganhar.

Titanic 2



No 100º aniversário da viagem original, um moderno cruzeiro de luxo, baptizado Titanic 2, segue o caminho de seu predecessor. O problema surge quando um tsunami lança um iceberg no caminho do novo navio...

Write: Shane Van Dyke.
Classificação IMDB: 1.9/10


Titanic 2 é um filme americano, de 2010. Muitos são aqueles que ainda desconhecem a existência deste filme. "Titanic 2? O quê? O Jack ressuscitou?", perguntam. E eu respondo: não. Nem o Jack (personagem de Leonardo Dicaprio no filme Titanic) nem a Rose (Kate Winslet, a amada de Jack) voltaram. E ainda bem.


Os actores deste Titanic 2 são, na sua grande maioria, quase desconhecidos do grande público: Shane Van Dyke; Marie Westbrook; Bruce Davison; etc.

À primeira vista, parece-nos ridículo que tentem fazer uma sequela de uma história que, supostamente, está morta e enterrada. Ou afogada.
Não há nada para continuar, não há nada para explicar. Mas quem teve a ideia de fazer este filme, certamente, não teve este pensamento. Resultado: um filme péssimo.
Sou aquele tipo de pessoa que não gosta de criar expectativas elevadas, seja para que filme for. Em alguns casos, é impossível controlar isso. Mas neste foi fácil. Só de ver o trailer, já dava para pensar: "Coitado do James Cameron!". Sim, porque foi ele quem realizou o primeiro Titanic (para mim continua a ser o ÚNICO) e todos nós sabemos o sucesso que foi, e o clássico em que se tornou.
Não estava à espera de ver um grande filme. Aliás, algo chamado "Titanic 2" já sugeria isso. Mas, de facto, o filme é mau.
Gosto das imagens iniciais. São bonitas. Natureza é sempre algo que me agrada particularmente. Mas a história em si é completamente rasca. O navio afunda com uma rapidez tal, que eu tive a percepção de que todo o filme durava cerca de 30 minutos.
Não foi penoso ver este filme. Passou-se bem. Mas é evidente que no fim nos dá um "click" e dizemos para nós próprios: "que porcaria de filme!".

Saliento ainda a má prestação da actriz Marie Westbrook, que faz de Amy Maine, no filme. Ela faz parte da pseudo-história de amor que há no filme. Também neste filme, o homem morre (Van Dyke). E morre afogado. Coincidência? Não. Foi completamente propositado. Aliás: ele morre afogado, mas antes já estava em hipotermia. Vá lá que não morreu congelado...
E, no filme, não têm problemas em destacar a inspiração em alguns cenas do Titanic. O chefe do navio chega mesmo a dizer: "E a história volta a repetir-se", depois do tão típico "primeiro as mulheres e as crianças!".

Outro pormenor que, na minha óptica, falhou completamente, foi a parte em que ambos tinham de passar por um corredor, e que para não serem electrocutados pelas fichas que lá estavam, tinham de passar pelo tecto, agarrados aos canos.
Ora bem, o homem até era capaz de o conseguir fazer. Mas a mulher? AQUELA mulher? Esse elemento foi tão ridículo como o pseudo-salto que ela dá para se conseguir agarrar aos canos. Está tão, mas tão mal feito. Num filme que até tem umas imagens bonitas e afins, é inadmissível ter este tipo de erros. Conseguiam fazer bem melhor. E toda essa cena da passagem no corredor está mal feita. Aliás, a actriz está péssima ao longo de todo o filme. É aquilo a que se chama "um autêntico pãozinho sem sal".
Mas pode-se dizer que a história acaba bem. Ao contrário do Titanic, o final não é dramático. Vá, a menina perde o amado (tinha tido uma relação com ele no passado, e o "Titanic 2" teve o poder de os voltar a unir, ein?), mas é salva pelo pai. Uma verdadeira menina do papá.

CONCLUSÃO: é um filme apropriado para aqueles momentos em que não temos nada para fazer. É importante não ir com elevadas expectativas para este filme (não conheço ninguém que as tivesse), porque, em termos de qualidade, seja a que nível for, este Titanic 2 é mau. Aliás, não é à toa que este filme foi directamente para DVD, e a divulgação tenha sido quase nula. As pessoas que querem ver este filme, apenas o fazem pelo nome que enverga. E eu fui uma delas. Mas já estava à espera de um desastre. Um desastre que me acompanhou durante uma bela dor de dentes.